terça-feira, 19 de janeiro de 2010

The wild child


Esta é uma história verídica de um menino encontrado na floresta, despido, sujo e com comportamentos de um animal.Esta criança andava com as mãos no chão, não falava, só reproduzia sons, que provavelmente ouvia no meio que o rodeava.
Depois de encontrado, foi levado á força para que pudessem estudar melhor aquele caso.
Deram-lhe o seu primeiro banho, e verificaram que a sua pele era grossa e escura, isto devido a estar sempre em contacto com a terra.
Era em tudo igual a um menino de onze anos, menos na sociabilização com seres da sua espécie. Provavelmente esta criança terá sido abandonada em bebé.
Foi levado então para casa de um Sr. que acreditava que lhe conseguiria transmitir os ensinamentos básicos que não tivera oportunidade de ter, como ler, escrever e sobretudo falar.
Os primeiros tempos não foram fáceis, pois para ele uma simples tarefa como estar sentado à mesa era um castigo. Mas aos poucos foi aprendendo a comer com talheres, a estar sentado, a andar direito e até vestir roupas, que agora já consentia devido à sua sensibilidade às temperaturas terem aumentado.
Começou a fazer ligações de figuras aos objectos, de segunda de palavras a objectos e por fim de sons aos objectos correspondentes. Muitas horas de trabalho levaram, muitas vezes, este menino ao desespero.
A recompensa pelas tarefas bem sucedidas era um copo de água, que ele muito apreciava e bebia ao olhar da janela, a relembrar o espaço livre onde tanto tempo viveu.
Os conceitos de justiça e injustiça foram testados ao aplicar um castigo injusto. O menino reagiu de imediato com choro, assim estavam assimilados estes valores tão importantes numa sociedade.
Aos poucos Victor, foi o nome que lhe atribuíram visto que o som "o" lhe despertava curiosidade, foi-se sociabilizando e até criando laços com os que o rodeavam.
Apesar de ter fugido uma vez, voltou, pois sentiu necessidade de estar perto dos que até ali o ajudaram a ser "gente".

domingo, 17 de janeiro de 2010

O Principezinho


“- Anda brincar comigo, propôs-lhe o Principezinho. Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou. (…)
- Que significa cativar? (…)
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu. Disse a raposa. Significa “criar laços”…
-Criar laços?
- Isso mesmo, disse a raposa. Para mim não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. Eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei único no mundo para ti…(…) Será como se o Sol iluminasse a minha vida. (…) Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. (…) Cativa-me, por favor, disse ela (…)Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa (…) Se queres um amigo, cativa-me.
- Como é que hei-de fazer? Disse o Principezinho.
- Tens que ter muita paciência, respondeu a raposa. Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo rabinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto…(…) À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. (…) São precisos ritos.
-O que é um rito? Disse o principezinho.
-É também qualquer coisa de que toda a gente se esqueceu, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas. (…) Vou dizer-te o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que tornou a tua rosa tão importante.
(…) Os Homens esqueceram esta verdade. Mas tu não deves esquecê-la.
Ficas sempre responsável por aquele que cativas-te”



In “O Principezinho” de Antoine Saint-Exupéry


Este trecho mostra-nos a importância dos afectos e laços criados entre as pessoas. Ao nos relacionarmos com as pessoas criamos laços, e estes são extremamente importentes para o nosso desenvolvimento como seres humanos. Na minha opinião, não existem relações sem afecto e laços criados, seja em casa com os nossos familiares, seja na escola entre alunos e professores.