domingo, 17 de janeiro de 2010

O Principezinho


“- Anda brincar comigo, propôs-lhe o Principezinho. Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo, disse a raposa. Ainda ninguém me cativou. (…)
- Que significa cativar? (…)
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu. Disse a raposa. Significa “criar laços”…
-Criar laços?
- Isso mesmo, disse a raposa. Para mim não passas, por enquanto, de um rapazinho em tudo igual a cem mil rapazinhos. Eu não preciso de ti. E tu não precisas de mim. Para ti, não passo de uma raposa igual a cem mil raposas. Mas, se me cativares, precisaremos um do outro. Serás para mim único no mundo. Serei único no mundo para ti…(…) Será como se o Sol iluminasse a minha vida. (…) Por isso, quando me tiveres cativado, vai ser maravilhoso. (…) Cativa-me, por favor, disse ela (…)Só se conhecem as coisas que se cativam, disse a raposa (…) Se queres um amigo, cativa-me.
- Como é que hei-de fazer? Disse o Principezinho.
- Tens que ter muita paciência, respondeu a raposa. Primeiro, sentas-te um pouco afastado de mim, assim, na relva. Eu olho para ti pelo rabinho do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas, de dia para dia, podes sentar-te cada vez mais perto…(…) À medida que o tempo avançar, mais feliz me sentirei. (…) São precisos ritos.
-O que é um rito? Disse o principezinho.
-É também qualquer coisa de que toda a gente se esqueceu, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias, uma hora diferente das outras horas. (…) Vou dizer-te o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que tornou a tua rosa tão importante.
(…) Os Homens esqueceram esta verdade. Mas tu não deves esquecê-la.
Ficas sempre responsável por aquele que cativas-te”



In “O Principezinho” de Antoine Saint-Exupéry


Este trecho mostra-nos a importância dos afectos e laços criados entre as pessoas. Ao nos relacionarmos com as pessoas criamos laços, e estes são extremamente importentes para o nosso desenvolvimento como seres humanos. Na minha opinião, não existem relações sem afecto e laços criados, seja em casa com os nossos familiares, seja na escola entre alunos e professores.