quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Livro: Comenius


"Figura do século XVII, Comenius, se não foi o inventor da pedagogia moderna, pelo menos foi quem, retomando os grandes modelos da antiguidade, deitou as bases para uma escola, tal como a concebemos - e sonhamos- hoje. Foi, também, um homem comprometido quer no debate de ideias em torno da Reforma, como na causa da sua pátria checa presa nos tormentos e horrores da Guerra dos Trinta Anos. Enfim, foi um europeu para quem o espírito não tinha fronteiras. Num sábio e escrupoloso livro que sabe agarrar, por referência a uma impressionante erudição, a altura que impõe o seu modelo, Oliver Cauly faz reviver a grande figura de Comenius que pretendia a escola como o berço do desenvolvimento do individuo."

Tribune "fazia parte da raça dos Pioneiros. Comenius (1592-1670) foi uma testemunha capital do seu tempo e um percusor das Luzes. Na sequência da entronização de Fernando II e da reconquista católica dos estados checos que lhe sucedeu, Comenius foi proscrito como todos os reformados investidos de um cargo oficial ou de um ministério religioso. Morreu em Haia, após ter assistido, impotente, à aglutinação do seu país pelo império dos Hasburgo. Último bispo dos irmãos morávios, Comenius é hoje reconhecido como o inventor da ciência pedagógica. A sua contribuição para a história não cessa aí como testemunha a fecundidade, do género e do estilo, dos seus escritos; ela é parte da obra de um grande teólego humanista que considerava a renovação do sistema educativo como parte de uma empresa mais vasta: a reforma universal dos assuntos do homem neste mundo. A educação era, para Comenius, a melhor via para levar o homem à razão, à verdade, para o fazer sair do obscurantismo e do ódio que, então, assolava a Europa. Como Jan Huss, seu ilustre compatriota, Comenius esforçou-se em promover a lingua checa como lingua de instrução num momento em que a lingua latina, a da erudição, era hegemónica, e preconizava a igualdade de todos os homens face à educação. Para este sábio, cada ser humano deveria alimentar a responsabilidade e o dever de dar, ao seu semelhante, a melhor educação. Para Comenius, filósofo e praticante da pedagogia, a formação é permanente, a escola da vida e a educação no sentido escrito não devem ser separadas, nem tão pouco as actividades manuais e intelectuais. Esta peofunda concepção determina a orientação que ele pretendia dar ao conteúdo dos seus ensinamentos. Com grande erudição histórica, Oliver Cauly dá luz aos laços entre religião, nacionalismo e educação. Bem escrito e bastante analítico, o seu livro descreve uma figura de excepção, pouco conhecida, um homem a quem Michelet chamava O Galileu da educação."


Autor:

CAULY, Oliver

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Filme: A TURMA


"A Turma" ("Entre les Murs"), filme de Laurent Cantet, galardoado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, segue um ano de um professor e da sua turma numa escola de um bairro problemático de Paris, espelho dos contrastes multi culturais dos grandes centros urbanos de todo o mundo.O professor François (interpretado pelo próprio François Bégaudeau, professor que escreveu o livro que foi o ponto de partida para este filme) e os seus colegas, preparam-se para um novo ano escolar. Cheios de boas intenções, estão decididos a não deixarem que o desencorajamento os impeça de tentar dar a melhor educação aos seus alunos.Mas as culturas e as atitudes diferentes colidem frequentemente dentro da sala de aula. François insiste num atmosfera de respeito e empenho. Mas tudo é posto à prova quando os estudantes começam a desafiar os seus métodos.A turma é composta por actores não-profissionais que foram escolhidos entre alunos de um liceu francês, com quem o realizador trabalhou todas as semanas durante um ano lectivo em ateliês de improvisação. O filme é considerado um retrato exemplar das questões da educação e do desafio de ensinar."


Pesquisa feita em: http://miguel.migsus.com/drupal/node/491


Este filme retrata bem as dificuldades que um professor pode encontrar na sua profissão.


Na minha opinião o modelo que o professor em questão quer utilizar é o modelo interaccionista, visto que tenta que os alunos se integrem na sociedade, estudem a matéria através da própria vivência dos alunos, tenta impor algum respeito mas não à força. Os alunos devem sentir que o professor é um "encaminhador" e amigo, e não uma pessoa que quer impor aos alunos regras, às quais eles não dariam a menor importância.


Este professor sente que apesar de serem alunos problemáticos, têm grandes potencialidades e não desiste deles. Isto só vem reforçar a ideia que o professor quer ajudar e se preocupa com estes alunos.